sábado, 29 de agosto de 2009

O Nó do Afecto

Numa reunião de pais numa escola da periferia, a directora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos; pedia-lhes também que se fizessem presentes o máximo de tempo possível. Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar e entender as crianças.
No entanto, a directora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com o seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana, porque quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda estava dormindo. Quando voltava do serviço já era muito tarde e o garoto já não estava acordado. Explicou ainda, que tinha de trabalhar assim, para prover o sustento da família, mas também contou que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava redimir-se indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa, e para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo.
Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.
A directora emocionou-se com aquela singela história e ficou surpresa quando constatou que o menino era um dos melhores alunos da escola.
Jamais esqueça o principal, que é a comunicação através do sentimento. Simples gestos como um beijo e “um nó na ponta do lençol”, podem fazer a diferença.
O facto faz-nos refletir sobre as muitas maneiras das pessoas se fazerem presentes, de se comunicarem com os outros. Aquele pai encontrou a sua, que era simples, mas eficiente. E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afectivo, o que o pai estava lhe dizendo.
Faça com que as pessoas “ouçam” a linguagem do seu coração. As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas sabem registrar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó.

Ana

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