domingo, 3 de maio de 2009

Reencontro… comigo

Hoje a minha melhor companhia sou eu!

E nem se quer estou melancólica, ou triste, ou desiludida, ou magoada, não, hoje quero ter-me a mim como companhia.

Só!

Desligo o telemóvel, o telefone, música ambiente e nem precisa ser uma música calma ou triste, a festa é só comigo.

Tomo um banho bem demorado, fecho os olhos e penso no que de melhor me aconteceu e vai acontecendo pela vida fora, no que saboreio de uma vida nunca fácil, mas tão vivida e sempre que possível prazerosa .

Sorrio enquanto passo o sabonete pelo corpo… as lembranças são divinais, deleito-me com a água a descer pela barriga, levemente, livremente...

Deito mais alguns sais para a banheira e aninho-me bem no meio, como se todo o meu mundo estivesse lá dentro, como se tudo o que passa no exterior me fosse alheio.

E penso nas minhas mágoas, nos meus medos, nas minhas indecisões, nas barreiras que devo ultrapassar e ainda assim me assustam, mas ali deitada tudo parece tão mais fácil…

Levanto-me, envolvo-me no meu roupão, enxugo os cabelos, penteio-os vagarosamente, delicadamente, limpo a minha pele que sinto renovada, purificada, mimada e hidrato-a zelo, contorno cada curva, sinto o aroma do banho e do creme… e de mim.

Deixo o roupão na casa de banho, vou orgulhosamente nua para o quarto, qual estrela de cinema, em bicos de pés, olhando para o que sou e nem estou preocupada com a celulite ou com as estrias ou com a gordurinha , quero lá saber, o que sou está ali, tal e qual, sem medos, orgulhosamente eu!

Escolho uma lingerie bem bonita, esta noite quero estar impecável… para mim.

Um string em cetim, a minha camisa de noite preferida, também em cetim, com algumas transparências, como eu, perfumo-me e estou pronta…

Não vou deitar-me a ver filmes românticos, ou a novela da noite, vou estar comigo, brindar a mim, aos meus momentos, à minha alma, à minha paz, ao que sou!

Na cozinha preparo um cocktail de frutas, com as minhas frutas de eleição, preparo um vinho fresco e vou pra sala.

Recosto-me no sofá, sorvo um gole daquele vinho, brindo a mim, como um pedaço e outro e outro de fruta, saboreio cada momento, delicio-me com a música, recordo imagens, revivo momentos, pessoas e algumas tão marcantes, não sinto saudade, tudo passa e nós passamos pela vida, não a vida por nós.

Nunca senti saudades do que fui ou vivi, ou de quem deixei de ver, aceito as partidas e as chegadas com a mesma alegria, aproveito o que vou tendo.

Mas de facto, gostava de rever algumas pessoas que me fizeram muito bem, e mesmo através do sofrimento fizeram-me ser o que hoje sou, fizeram-me crescer, amadurecer, tornar-me forte, imune a muitas coisas… frágil noutras tantas.

Fico ali a infinitamente a contemplar-me num acto puramente egocêntrico, solitário, mas feliz… tão feliz…

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